terça-feira, 31 de maio de 2011

Dois Capítulos!

Oba! Estou feliz demais que a editora vai publicar e que vocês curtiram a promoção que vou até me empolgar e postar dois capítulos!!!!



3
Greg
                Quando estava indo até o quarto para falar com ela, vi a porta entreaberta e olhei bem devagar, evitando fazer barulho. Ela estava sentada na cama, lendo alguma coisa meio antiga e depois da frase que disse e o choro repentino, consegui mais ou menos entender o que se passava com ela. O namorado tinha morrido. Vê-la daquele jeito me partiu o coração, mas o que eu poderia fazer? Lizzie era muito fechada e isso só poderia ser mudado aos poucos. Ela realmente deve precisar de um amigo para apoiá-la e ouvi-la, mas onde será que estão? Essa solidão também era obra dela ou todos que ela amava tinham a abandonado? Voltei para a sala e “tentei” ignorar o que se passava naquele quarto. Tentei.
         Ela saiu do quarto horas depois e com os olhos meio inchados, passando direto por mim e indo até a cozinha. Tive medo de me aproximar, não queria fazê-la sofrer perguntando do passado.
- Lizzie. – disse enquanto ela voltava para o quarto.
- Oi.
- Será que você podia ir comigo até a secretaria para acertar minha primeira aula?
- Gregory, não estou muito bem, me desculpa.
- É que não conheço nada aqui... por favor. – ela ficou um tempo parada olhando pra mim.
- Tudo bem. Me dá um minuto para colocar uma roupa. – não a conhecia nem a um dia, mas queria tentar ajudá-la de todas as formas.
         Lizzie apareceu pouco tempo depois com um vestido abaixo dos joelhos, uma sandália sem salto e seus cabelos continuavam presos. Fomos andando pelo campus até chegarmos onde eu precisava. Trocamos poucas palavras, mas sei que a fiz sorrir uma vez. Tentei por mais uma vez descobrir o que tinha acontecido, mas vi que teria que conquistar sua confiança antes de qualquer coisa.
         O domingo passou voando. Saí com alguns amigos que tinha lá e ela não quis vir comigo. Respeitei, mas até que foi bom. Só tinha homem e fiquei com uma mulher por lá. Fiquei na boate até onde pude. Minha primeira aula seria às onze da manhã, então cheguei ao dormitório as duas da madrugada. Mal entrei e derrubei algo sem querer no chão. Não era minha intenção acordá-la.
- Greg, é você? – ela apareceu na sala
- Desculpa, quebrei alguma coisa. Você tirou meus travesseiros do sofá?
-É.. é que não acho certo você dormir nesse sofá duro enquanto tem duas camas de solteiro no quarto. – pela primeira vez senti diferença em sua voz.
- Mas não será um incomodo pra você se eu ficar lá?
- Não, uma hora ou outra alguém teria que dividir o dormitório comigo.
- Mas o problema é que não sou uma mulher.
- Tudo bem. Vou voltar para a cama. Minha aula é às nove. Boa noite.
- Boa noite e obrigado.
         Peguei uma roupa na mala e fui direto para o banheiro tomar uma ducha gelada. Precisava. Não sei como seria ficar no mesmo quarto que ela, mas realmente era melhor dormir na cama que no sofá. Coloquei o pijama e fui entrando no quarto bem devagar, com medo de acordá-la. Ela estava com o abajur ligado e lendo um livro. Coloquei a toalha presa na janela.
- Você não tem aula amanhã?
- Tenho. – ela permaneceu com os olhos nas páginas.
- E não está dormindo por quê?
- São poucas as noites que consigo dormir inteiras.  Vou lá pra sala para não te atrapalhar com a luz. – ela estava retirando o edredom para sair, mas a impedi.
- Não, não precisa disso.
- Não quero te atrapalhar...
- Não esqueça que eu cheguei aqui depois de você. – sorri para ela e a percebi encabulada. Tentei quebrar o gelo. – E aí, o que você está cursando?
- Jornalismo, e você?
- Arquitetura.
- Falta quanto tempo para você se formar?
- Três anos, e pra você?
- A mesma coisa.
- Então vamos nos formar juntos.
- Acho que sim... – ela voltou a ler enquanto eu me deitava na outra cama.
- Estou te atrapalhando?
- Atrapalhando?
- É, falando feito uma matraca.
- Não está não, é que ainda é estranho ter alguém aqui comigo.
- Sempre ficou sozinha?
- Você deve me achar uma tremenda estranha, mas eu não era assim. – e eu já desconfiava o que seria, mas não poderia perguntar. – Sei lá, muita coisa mudou pra mim.
- O que te aconteceu, Lizzie?
- Não se sinta mal, mas eu ainda não consigo falar isso com ninguém. Nesses anos, me privei de falar e ter amigos, por isso fiquei dessa forma.
- Mas pode ter certeza que eu sou seu amigo e estarei aqui quando você quiser falar.
- Obrigada, de verdade.
- Bom, mas agora você vai dormir porque tem aula amanhã de manhã, mocinha. – me levantei, tirei o livro de suas mãos e o coloquei na mesa de cabeceira. Passei a mão em sua testa e ela estremeceu meio surpresa. – Boa noite.
- Não vou conseguir dormir.
- Tenta. – acariciei bem devagar suas bochechas e ela deu um leve sorriso.
- Vou tentar. Boa noite.
- Pra você também. – anjo.












4
        Ela dormiu muito bem depois que praticamente a obriguei. Lizzie realmente parecia um anjo, e um anjo bem triste. Sabia só que ela tinha perdido o namorado, mas como, não tinha a mínima ideia. Aquelas fotos mostravam uma Elizabeth que não era essa que eu via. Desde o inicio me identifiquei com ela e sei lá como, me senti bem. Queria poder ajudá-la a voltar a viver e, pela primeira vez, consegui que falasse pelo menos poucas palavras. Virei para o lado, coloquei o despertador no meu celular e dormi.

Lizzie
        Pela primeira vez, falei algo do meu passado para uma pessoa... o estranho é que me sentia bem depois dessa situação. Muita gente tentou se aproximar de mim, mas eu sabia que era somente por pena. Gregory me conheceu sem saber da minha história e de minhas perdas, por isso senti confiante em relação a ele. Quando meu despertador tocou, ele ainda dormia. Caminhei pelo quarto bem de leve para não o acordar e acabei não resistindo e reparei em como dormia. Uma mão estava atrás da cabeça, apoiada no travesseiro e a outra sobre o peito. Pela sua face, parecia estar cansado da saída de ontem. Peguei um dos meus vestidos, as velhas sandálias sem salto e fui para o banho. Meus cabelos estavam tão grandes que estavam quase chegando a minha cintura. Não cortara desde o incidente. Me arrumei, prendi minhas madeixas em um rabo de cavalo e preparei um rápido café da manhã – para mim e para ele. Teria inúmeras aulas até duas da tarde.

Greg
        Dormi tão bem... mas meu bom humor acabou quando vi que era quase uma hora da tarde e eu tinha perdido uma aula... que ótimo.  Olhei para a cama desarrumada de Lizzie e percebi que ela tinha saído há muito tempo e se bobear, já estaria chegando. Fui até a cozinha beber um copo d’água e vi que ela tinha feito café da manhã para mim. Sem pestanejar, comi tudo e fui para a sala ver um pouco de TV. Quando enjoei, desliguei tudo e fui tomar um banho. Minha cabeça estava doendo um pouco por causa da bebida.  Fiquei bastante tempo relaxando. Enrolei a toalha na cintura e fui para o quarto.
- Lizzie! – tomei um susto e ela também.
- Desculpa, Gregory. – ela se virou de costas, completamente envergonhada. – Não sabia que você estava em casa.
- Estava no banho. – peguei rapidamente minha cueca e bermuda e coloquei. – Já estou vestido. – ela se virou e deu uma pequena olhada para meu abdômen, mas deslocou seu olhar para meus olhos.
- Não foi para a aula hoje?
- Perdi a hora. Não era pra isso ter acontecido.
-Entendi... está com fome?
- Não, acabei de tomar o café da manha que você fez pra mim. Obrigado.
- Não foi nada... já te falei que tenho que fazer pra mim também, então não se preocupa com isso. Eu trouxe pizza de almoço, não tava com vontade de cozinhar.
- Deixa eu pegar dinheiro pra te pagar.
- Que pagar o que, Greg. Eu comprei aqui perto e quem faz faculdade aqui, tem desconto. Peguei de quatro queijos porque não sabia o sabor que você gostava.
- Adoro a de quatro queijos. Fiquei com fome agora. – ela riu.
- Você é engraçado.
- Essa é a primeira vez que te vi sorrir.
- Isso não é muito comum.
- Então meu passatempo será fazer você sorrir. – olhei no fundo dos seus olhos e percebi certo medo. Recuei.
         Enquanto comíamos, conversamos sobre várias coisas, menos seus problemas. Contei de onde eu morei, o porquê que sai da outra faculdade e dos meus sonhos. Ela também revelou o que queria para o futuro e a vi sorrir por mais algumas poucas vezes. Lavei a louça e ela sentou no sofá com o mesmo livro que estava lendo ontem.
- O que você anda lendo?
- Só um romance água com açúcar.
- Posso ligar a TV?
- Pode, claro.

Lizzie
        À tarde com ele foi bem agradável. Consegui rir de certas coisas pela primeira vez em anos. Greg era um bom amigo e me surpreendi com o pouco tempo que tínhamos nos conhecido e transformamos isso para o inicio de uma boa amizade. Com livros daquele gênero, conseguia me transportar para o lado do Brad e isso me fazia bem. Gregory ficou vendo um filme e, depois de um tempo, o acompanhei. Me deu uma angústia de lembrar que amanhã faria mais um mês desde a tragédia, mas nessa data, aparentemente não estaria sozinha. Acho que estava na hora de eu revelar o que tinha me acontecido. Sentia confiança nele o suficiente para desabafar.
- Greg...
- Oi. – ele abaixou o volume da TV.
- Lembra que você perguntou o que tinha acontecido comigo?
- Sim, claro que eu lembro...
- Acho que tá na hora de te contar. – ele desligou a TV e sentou ao meu lado, no chão.
- Se sente bem o suficiente para isso?
- Eu... acho que sim.
- Não precisa me contar...
- Eu quero te contar. Me sinto bem para isso. Há mais ou menos dois anos, quando eu voltava da formatura do colégio, um cara que estava bêbado e dirigindo, bateu no carro que eu estava. Eu não lembro muito bem o que levou o cara a bater e as únicas lembranças que tenho, não são muito boas. – senti meus olhos doerem com as lágrimas.
- Lizzie...
- Não se preocupa, eu estou bem. Lembro que olhei para lado e vi Brad, meu namorado, sangrando e sem reação. Eu queria poder acordar daquele pesadelo, queria poder correr, sumir dalí, mas isso não aconteceu. Dentro desse carro estavam os meus amigos, os mais importantes e ele, o homem que eu mais amava no mundo inteiro. Fiquei meses no hospital para cuidar de um coágulo que tive no pulmão e quase perdi minha perna. Sofri muito, coisa que nunca pensei que pudesse acontecer comigo. Eu era feliz, Greg. Tinha boas notas, bons amigos, um bom namorado e por incrível que pareça, fazia até parte da equipe de ginástica. Depois que eles morreram, a minha vida também acabou. Eu queria ter morrido com eles, queria estar do lado das pessoas que eu amava. – quando terminei de falar, percebi que estava chorando.
- Não fale isso nunca. Você acha que seus amigos estão bem te vendo assim? Você acha que o Brad está?
- Todos falaram que foi um milagre eu ter sobrevivido, mas pra mim não foi. Depois que eles se foram, me fechei nessa pessoa amarga e que não tem uma vida. Por que tudo que eu amava me foi tirado dessa forma? – ele estendeu o braço sobre meu ombro e encostei minha cabeça em seu peito, chorando.
- Tem coisas na vida que infelizmente não podemos explicar, mas você não pode se culpar por isso. Sei que todos eles serão insubstituíveis na sua vida, mas você não pode parar de viver. Você é nova e tem muita coisa para fazer, muita coisa pra aprender e tem que se feliz. Eles não querem ver você triste, isso posso ter certeza.
- Eu não quero amar outro homem a não ser o Brad, Greg. Eu não consigo. Simplesmente não dá.
- Você é linda Lizzie, não pode pensar nessas coisas. Você precisa de alguém para te apoiar e tendo outra pessoa, você não estará traindo o Brad. Ele sempre será importante pra você e qualquer homem que esteja ao seu lado, terá que entender isso. Obrigado por ter confiado em mim. O que eu puder fazer para te deixar feliz, vou fazer.  Isso eu te prometo.
- Eu tenho medo. Medo de me apegar a alguém e ela me deixar de alguma forma. Eu não aguento mais uma perda, não aguento. – chorei mais e ele me abraçou forte.
- Eu não vou te abandonar nunca. Eu te prometo.
- Ele também tinha me prometido isso... – chorei mais.
- Vem, vou levar você pro quarto. – ele levantou enquanto eu secava minhas lágrimas e me pegou no colo com muita facilidade.
- Greg... – queria dizer que isso não era necessário, mas ele me interrompeu.
- Vou cuidar de você.
- Greg...
- Shhh. Pare de se preocupar.
         Gregory me colocou na cama e sentou ao meu lado, pondo minha cabeça em seu colo, distribuindo carinhos no meu longo cabelo e em minha face. Essa proximidade não era uma coisa que eu estava acostumada. Eu nunca quis receber carinho de ninguém. Me fechei em um casulo imperfurável, um casulo em que viviam somente eu e minhas lembranças. Senti minhas lágrimas serem cessadas e comecei a me sentir mais confortável naquela situação. Me sentia confusa em me apegar a outra pessoa como um amigo. Eu mesma optei por não me aproximar de ninguém, mas com ele eu me sentia bem o suficiente para tentar esquecer o que me fazia sofrer. 



O que acharam?? 
OBS: quem não conseguir comentar, comente como "Anômimo" e coloque seu nome, junto do comentário!
Grande beijo
Rafaela Guimarães

Sorteio!

Pessoal!
Já que agora o livro finalmente será publicado pela Editora Baraúna, to querendo realizar uma promoção pra vocês!
Preciso de seguidores para divulgar o livro e, quero presentear com o sorteio do livro Água para Elefantes com a capa nova, o que acham?
Para concorrer, precisa seguir o blog e também o meu twitter (@Rafinhah_tw). Essa é a única regra!
Vamos?
A frase é:
Eu quero conhecer o Livro #CordasRompidas da @Rafinhah_tw e ganhar o exemplar de Água para Elefantes! http://migre.me/4GULj

Vamo que vamo! É válido para todos os estados do Brasil! Enviarei o livro direto da saraiva.com para a casa do vencedor!
Beijos
Rafaela Guimarães

Felicidade.

Galera, eu estou MUITO feliz porque tive a MELHOR notícia que eu poderia ter. A editora Baraúna vai publicar o Cordas Rompidas!

Então, pessoas, em pouco tempo vocês terão o Cordas Rompidas em suas mãos e espero que todos gostem e aprovem!!!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Capítulo 2 e novidades.

Galerinha!
Hoje foi um dia muito importante e marcante para mim. Ao lado do meu namoradoimpresário, montamos o inicio da capa de Cordas Rompidas. A ideia está pronta, mas estamos trabalhando nas imagens para ficar tudo perfeito. Assim que tiver mais ou menos direitinho, posto uma prévia, que tal?
Chega de conversa e vamos para o capítulo dois!

2
        Barulhos na sala me fizeram acordar. A nova garota deveria ter chegado. Tomara que ela não seja uma daquelas patricinhas que fui um dia. Levantei, coloquei meu hobby branco e passei silenciosamente até o corredor para ir ao banheiro. Escovei os dentes e os cabelos, prendendo-os em seguida e fui até a sala. Estranho, vi um garoto – na verdade um homem- mais ou menos da minha idade, cabelos em um tom castanho e pele clara. Era um pouco mais alto que eu e falava ao celular, olhando minhas fotos. Ele desligou quando me ouviu chegar.
- Ah.. oi. – fiquei meio sem graça por causa de minhas roupas.
- Oi! – ele me olhou diretamente nos olhos. – Estou no dormitório certo? – ele pegou um papel no bolso.
- Pra qual você foi indicado?
- Ala Sul, dormitório três.
- Bom, então é esse, mas pelo que eu saiba, hoje uma garota vinha para este aqui. Pediu transferência de faculdade.
- Eu pedi transferência. – ele deu um sorriso sem graça.
- Devem ter trocado as chaves de vocês. – retribui o sorriso.
- Prazer, eu sou Gregory. – ele esticou a mão para apertar a minha e eu o fiz.
- Lizzie.... Elizabeth na verdade.
- Prazer Lizzie. Tem problema de eu deixar minhas malas aqui enquanto resolvo esse problema dos dormitórios? Acabei de fazer cinco horas de viagem e estou meio cansado para levar essa tralha toda de um lado para outro.
- Tudo bem Gregory. Depois você volta aqui para pegar.
- Tem algum lugar para comer por aqui perto?
- É meio longe...
- Então vou ter que esperar.
- Faz o seguinte, resolve as coisas e toma café da manhã aqui. Já teria que fazer para mim mesmo.
- Não vai te atrapalhar?
- Não, não tem problema nenhum.
- Obrigado, Lizzie. – ele sorriu para mim e saiu. Parecia ser simpático.
         Fui para a cozinha, esquentei o leite e fiz café e depois, três omeletes. Deixei tudo na cozinha e levei o que ia comer para a mesa da sala. Acho que não era preciso esperá-lo para comer.  Quando acabei, deixei tudo na pia e voltei para o livro que tinha parado à noite. Não deu cinco minutos e o Gregotry apareceu com uma cara não muito boa.
- Deixei as coisas na cozinha, tá? – falei com ele olhando para o livro.
-Ah, obrigado. Lizzie, tenho que falar com você. – quando me dei conta, ele estava sentado ao meu lado no sofá. Aquela proximidade me incomodou um pouco.
- O que foi? – tentei recuar.
- Fui nessa tal de Heather. – ele fez uma pausa. – Ela disse que confundiu meu nome e por isso me colocou nesse dormitório.
- Ah sim. – não sabia o que dizer.
- Só que esse não é o problema. Ela me disse que não tem nenhum outro dormitório vago, que esse aqui é o ultimo. – peraí, isso quer dizer que...? – Eu terei que dividir aqui com você. Mas não se preocupe, vou dormir aqui na sala porque sei que só tem um quarto e não quero tirar sua privacidade.
- Nossa, como eles se confundiram dessa forma?
- Não sei, mas ela me prometeu que assim que tiver uma vaga em outro, que me transfere. Me desculpe.
- Você é o menos culpado disso tudo.
- Se ficar incomodada, eu pago um hotel enquanto ela ajeita essa situação.
- Claro que não Gregory. Como te falei, a culpa não foi sua.
- Me chame de Greg, está bem? Quando me chamam de Gregory, parece que vão brigar comigo por algo que fiz errado.
- Tudo bem, Greg.
         Isso definitivamente não estava em meus planos. Dividir meu dormitório com uma pessoa estranha e, ainda mais, homem. Estava insegura com essa proximidade. Depois do acidente, não fiz amigos e minha família se afastou. Gregory foi até a cozinha, comeu o que eu tinha preparado e lavou toda a louça. Pelo menos era prestativo.  Continuei na sala lendo enquanto ele conhecia o dormitório. De vez enquando, o olhava de rabo de olho, mas ele não percebia. Gregory parou na parede, avaliando as fotos. Só queria que ele não me perguntasse.
- Você tá diferente nessas fotos. Tem muito tempo? – é, sabia que ele ia perguntar.
- Dois anos. – mantive os olhos no livro.
- É seu namorado? – a ferida estava sendo aberta novamente.
- Sim... e... não.
- Terminaram? – percebi certa preocupação em sua voz.
- Gregory me desculpa, mas não me sinto à vontade em conversar sobre isso agora.
- Ok. Vou te atrapalhar se assistir TV?
- Não, fique aí que vou para o quarto.

Greg
                Não queria que tivessem errado a situação dos quartos, mas fazer o que. Pelo menos fui bem recebido pela Elizabeth. Ela parecia ser muito fechada e percebi isso quando questionei suas fotos. Vi que tinha felicidade naquelas imagens, algo que não correspondia com suas feições atuais. Seu cabelo estava bem maior do que tinha visto, ela tinha profundas olheiras, unhas por fazer e olhar cabisbaixo. Acho que deve ter terminado seu relacionamento e se aprofundou em plena tristeza.
         Fiquei muito tempo assistindo a programas que nem prestei atenção. Por algumas vezes ela passou ao meu lado e já tinha colocado outra roupa. Agora, estava com uma bermuda bem desbotada, camiseta cinza bem maior que seu tamanho e os cabelos presos em um coque. Agora fiquei na dúvida. Ela era fechada ou muito triste?
- Greg, você quer almoçar? – ela me gritava da pequena cozinha.
- Não quero te dar trabalho. Depois como alguma coisa.
- Fazer a mais ou a menos não interfere. Vai querer ou não?
- Então sim. Obrigado.
- Sem problemas. – quando ela terminou, me servi e sentamos à mesa. Estava bem quieta.
-Você parece ser bem calada, né? – ela me olhou.
- Não é questão de ser “calada”, é que muitas coisas aconteceram para eu ser da forma que sou hoje.
- Isso está relacionado as fotos da sala?
- Provavelmente... – ela mexeu na comida sem muita vontade. – Sério, obrigada por estar perguntando, nunca ninguém fez isso, mas ainda não me sinto pronta para te contar toda a história.
- É que eu tenho um serio defeito: odeio ver as pessoas tristes. – sorri e bebi o suco.
- Melhor se acostumar a me ver assim então... – ela deu um meio sorriso.
- Não sei o que te aconteceu, mas pode ter certeza que tiro você dessa nostalgia. Te prometo.
- Até eu queria acreditar em você, Greg.
- Pode confiar. – coloquei minha mão rapidamente em sua e ela retirou. Me assustei. – Desculpa.
- Tudo bem. Vou para o quarto. – que situação estranha. Só encostei em sua mão. Ela não precisava sair assim. De qualquer forma me levantei, peguei o computador e fiquei navegando na internet. Não tinha o que fazer nessa casa.

Lizzie
                Fechei a porta de qualquer jeito e me taquei na cama. Por que alguém estava se preocupando comigo agora? Definitivamente não queria isso pra mim. Vivia da minha forma e bem sozinha era o suficiente. Senti a familiar dor em meu peito se aproximar.  Tirei minha velha caixa de papelão debaixo da cama e a coloquei em cima do colchão. Mais e mais fotos, cartas, pétalas de rosas secas que Brada tinha me dado... ali era a vida que tinha ficado. Quando ficava mal da forma que estava agora, sempre lia uma carta dele específica.
“Lizzie Lewis,
         Sei que hoje é uma data muito importante para nós dois, o aniversário de nosso primeiro beijo. Muita coisa mudou ao longo desses anos, mas tenho orgulho de dizer que a única coisa que não mudou, foi meu amor por você.
         Nós dois passamos por inúmeros momentos juntos, alguns felizes e outros tristes, mas nada foi capaz de abalar o lindo sentimento que temos um pelo outro e hoje, na nossa formatura, quero te dizer que não me arrependo de nada que fizemos... nada! Você foi minha primeira namorada e quero que isso permaneça assim para sempre, mas se não acontecer, te peço para nunca deixar que nada te abale, que teu sorriso lindo nunca se apague e que seus olhos sempre transmitam esse brilho que me cega cada vez que te vejo .Seu jeito animada de ser me cativa, suas atitudes me fascinam, seus beijos me levam ao delírio.
         Lizzie, saiba que estarei ao seu lado para sempre! Você é a pessoa mais importante da minha vida!
         Eu te amo.
         Beijos do seu Brad.”
- Me desculpe por não ser tudo isso que você me pediu. – deitei na cama e chorei. 



O que acharam?? Deixem comentários!
Grande beijo
Rafaela Guimarães

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Capítulo 1

Queridos,
Antes de lhes mostrar um capítulo inteiro, gostaria de avisar que estou fechando com uma editora e em uns três meses no máximo, estarei lançando meu livro! Assim que eu tiver mais novidades, vou postar pra vocês!
Vamos ao que interessa? Deixem comentários depois!

Grande beijo.
Rafaela Guimarães


1

Lizzie
A vida perfeita com certeza era a minha. A garota mais bonita da escola, com amigos verdadeiros e um namorado perfeito. Na verdade, mais que perfeito. Apesar de todas essas vantagens, não era uma pessoa que se sentia superior as outras, pelo contrário, todos me adoravam e de certa forma, me idolatravam. Era uma ótima aluna – até com méritos – e era da equipe de ginástica, mas isso tudo agora era somente um sonho, já que essa realidade fora tirada de mim.
Há mais ou menos dois anos, estava eu, Brad (meu namorado), Kimmy, Johnny e Rachel voltávamos de carro da festa de formatura e nenhum de nós havia bebido já que era tarde da noite. Rachel estava no banco de trás comigo, junto de Brad. Éramos melhores amigas. Não lembro muito o que aconteceu, só sei que um carro bateu no nosso e apaguei por alguns minutos. A única lembrança viva eram os barulhos da sirene e pessoas falando, consegui abrir meus olhos e percebi o quanto estava imóvel e apertada com Rachel e Brad.
- Brady, minha perna tá doendo! Ai, tá doendo muito! – ele estava imóvel e seu rosto e peito sangravam muito. – Brad? – o sacudi, sem resposta. – Brad, não faz isso comigo, acorda!
         Alí foi minha morte. A única diferença é que hoje, ando e respiro, mas o que amava fora embora e me levou tudo, inclusive minha vida. Foram quase três meses no hospital para cuidar do coágulo que tive no pulmão e minha fratura na perna - que quase perdi. Eu não tinha mais nada. Meus amigos, meu namorado... Queria poder desistir, morrer junto deles, mas quando pensava nisso, minha mãe vinha e falava que eu tinha dado muita sorte em ter sobrevivido ao acidente, coisa que queria que não tivesse acontecido. Mas infelizmente nada do que eu pudesse pensar, voltaria até aquele dia. Nada que eu sentisse, traria de volta todos aqueles que eu amava, nada.
         Estava no segundo período de minha faculdade de jornalismo e depois que saí de minha cidade, me isolei. Falava com meus pais poucas vezes por semana e me entreguei definitivamente à leitura, estudo e música. Não saia mais mesmo tendo um monte de festas, e me dei ao direito de não fazer verdadeiras amizades, já que os amigos que eu tive, nunca seriam substituídos. Ás vezes tinha vontade de sair um pouco do meu “casulo”, mas cada vez que lembrava o rosto do meu Brad, percebia que nunca me apaixonaria dessa forma por homem nenhum – e eu também não queria isso. Nosso amor era lindo, coisa de cinema. Lembrar dele ainda me doía o peito, principalmente quando encarava a parede de minha “casa” com inúmeras fotos de quando eles – e eu também – eram vivos. O bom era que eu podia sofrer livremente sozinha. Aqui, os dormitórios eram espécies de casas; um quarto com duas camas, sala, cozinha e banheiro e, felizmente, não tinha ninguém para ocupar a outra vaga e acabei deixando tudo do meu jeito. Colei fotos nas paredes, juntei as camas de solteiro, coloquei um sofá com abajur na sala junto de um pequeno som e na cozinha, só um fogão, microondas e armário. Eram o necessário para mim. 
         A noite se iniciou e por mais uma vez, fiquei lendo um livro na sala. Amanhã seria sábado e, por incrível que pareça, o final de semana eram os piores dias para mim. Pelo menos de segunda à sexta, eu ia para a faculdade. Agora minha solidão tinha hora marcada para acabar. Heather, a responsável pela distribuição de dormitórios me disse que uma garota foi transferida de faculdade e ficaria comigo. Vamos esperar para ver. Desliguei o abajur, coloquei meu livro na mesa e fui para o quarto.




quarta-feira, 11 de maio de 2011

Aperitivo!

Nada mais justo que mostrar para vocês, um pequeno pedaço do que estar por vir, certo? Espero que gostem, de verdade! Coloquei algumas das músicas que me inpiraram diretamente em Cordas Rompidas e, ao longo desses dias, estarei completando com todas que utilizei. Agora, vamos ao que interessa!
Beijos
Rafaela Guimarães


"- Então trate de achar outro companheiro de dormitório! – ela me deu um tapa na testa.
- Ah não, prefiro você! – a abracei pela cintura e ela repousou sua mão em minha cabeça. – Que música você tá ouvindo? – Peguei um dos fones.
- Endless Love, Lionel Ritchie.
- Essa música é linda.
- É, lembra bons momentos da minha vida.
- Posso te pedir uma coisa?
- O que?
- Dança comigo?
- Dançar com você? – ela não entendeu nada ou não quis entender.
- É! Vem, levanta. – saí do seu colo e a levantei.
- Gregory...
- Para de ser chata! É só uma música! – segurei em sua cintura e ela se apoiou em meu pescoço.
Era a primeira vez que estávamos tendo esse tipo de contato. Nos movimentava lentamente e ela apoiou sua cabeça em meu peito, só nos baseando naquela melodia e letra de música. Seus longos cabelos batiam em minhas mãos. Dei um beijo demorado em sua cabeça e ela suspirou forte. Retirei uma mão de sua cintura e levantei seu rosto pelo queixo, observando seus olhos. Ela estava sem reação, como se estivesse completamente assustada com o que estava acontecendo. Tinha me esquecido que ela não tinha essa proximidade com alguém há muito tempo. Não sei o que me deu, mas tive uma louca vontade de tocar em seus lábios, beijá-la como nunca beijei uma mulher, mas antes que isso acontecesse, meu celular tocou."

terça-feira, 10 de maio de 2011

Prazer, Rafaela

Divulgar um trabalho, uma obra ou uma imagem, sempre é muito válido e eu estou aqui para mostrar meu terceiro trabalho finalizado. Para quem não me conhece, prazer, Rafaela Guimarães!
Venho por meio deste humilde post, falar um pouco da minha vida pra você, já que quero que você avalie, opine e seja muuito sincero com meu trabalho - que é a minha vida; a escrita.
Comecei a minha escrita tem tempo, mas quando viramos "adolescentes", nossa intenção é curtir com os amigos, começar a namorar e essas coisas. Acabei abandonando meu caderninho fiel para trás e, muito tempo depois - e digo que foi minha salvação, por que não? -, fui intimada a ler o livro Crepúsculo. Como relatei aqui há poucos segundos, a escrita e leitura foram algo abandonados provisoriamente na minha vida e, quando olhei tal livro, imaginei que o leria por um ano, mas isso não aconteceu. Conclusão, li os livros lançados, baixei, li mais livros para suprir minhas necessidades e já perdi a conta de quantos li. - graças a Deus!
Desse mundo que entrei, acabei voltando a escrever fanfics na época, tanto que em vários lugares, ainda sou conhecida como Rafinhah, meu pseudônimo na época. Em uma dessas, percebi que aquela história estava se tornando mais séria; eu não parava de pensar nela. Foi a primeira vez que eu escrevi um "Fim" completo. Mas aí, a história poderia ser continuada em mais um livro e o que eu fiz? Sim, escrevi mais um. Esse foi complicado escrever o famoso "Fim" porque estaria dando o adeus final aos meus queridos personagens de Reencontros.
Queria retratar aqui que ser escritor não é fácil. Cansei de entrar em depressão, ou me estressar ao extremo com meu namoradoempresarioinspiração pelas cenas ou fase dos meus personagens. Já passei dias trancada no meu quarto, com copos, pratos e bolinhas de papel se acumulando pelo chão e prateleiras, já fiquei horas e horas procurando a música perfeita que se encaixasse com a cena que estava em minha cabeça e já fiquei por muitas noites antes de dormir, me sentindo da forma que meus personagens se sentem. - não tem um dia que eu não consiga não fazer isso.
Apresento pra vocês aqui, o terceiro livro que escrevi, Cordas Rompidas. Decidi postergar a divulgação dos dois primeiros porque tive uma tremenda ligação com Liz e Greg, meus personagens. Essa história partiu em um simples dia e, como uma boa escritora maluca, pensei mais em mais e suguei tudo da minha mente para o papel. Inicialmente, essa obra se chamaria "Tudo pra tocar você" e foi chamada assim até ser finalizada. Mas em outro simples dia, escutando músicas no iPod, uma em si despertou MUITA a minha atenção: "Broken Strings", do James Morrison. As primeiras frases retratavam meu livro e isso me fez pensar que "Tudo pra tocar você" não tinha mais esse nome e sim, Cordas Rompidas.
Então, pessoas, espero que vocês tenham gostado desse pequeno texto de apresentação e, brevemente, estarei postando aqui, o primeiro capítulo para que vocês possam conhecer!

Grande beijo e nos encontramos por aqui,

Rafaela Guimarães